Tem
cada um, como a natureza, as suas estações, os seus ciclos de vida?
Em
quinze ou vinte dias passa uma Primavera
e um
Verão no fundo da alma,
e a
seguir vem um dia violento que nos deixa
sem
folhas, imóveis e frios.
Alma
minha, colhedora do que semeio com o suor da minha fronte,
com
o frio suor da minha fronte,
podes
dizer-me a que horas nos encontramos,
e em
que sítio deserto nos vamos ver?
O
diabo não liga aos meus encontros
e
faz tempo que Deus está surdo:
vem
tu, alma minha, testemunha, dá-me
o
que tens nas tuas mãos, que não te pertence,
o
sorriso e as lágrimas.
Que
vou eu fazer com isso? Nada.
Queria
era deitar-te gasolina por cima de ti
e
pegar-te fogo, alma minha.
Para
recuperar.
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