O maior prazer da vida é estar vivo

 

      Acabei de contar os meus anos e percebi: o tempo que me resta é menor do que o que já vivi. E isso muda tudo.

      Sinto-me como um menino com um saco de bombons. No início, devorava cada um sem pensar. Mas, ao perceber que restam poucos, passei a saborear cada pedacinho com mais cuidado, mais amor, mais consciência.

      Hoje, já não perco tempo com tolices. Não aturo pessoas que insistem em ser mesquinhas, mesmo com a experiência da vida nas suas costas. Não tenho paciência para a maldade gratuita, para a mediocridade, ou para aqueles que jogam fora as preciosidades da vida.

      Quero ao meu lado gente que valoriza o essencial, que ri dos próprios erros e não se coloca acima de ninguém. Gente que carrega a alma leve, mas o caráter firme. Pessoas que conhecem o peso das responsabilidades e têm a coragem de enfrentá-las, defendendo a verdade e a dignidade, mesmo quando isso não é fácil.

      Afinal, o que importa na vida é o que fazemos para torná-la significativa. Quero estar cercado de almas que tocam o coração, que aprenderam, com as cicatrizes da vida, a cultivar a bondade e a suavidade.

      Agora, tenho pressa. Pressa de viver intensamente, com a sabedoria que os anos me trouxeram. Quero aproveitar cada segundo com a consciência de que o tempo é finito, mas o que fazemos dele pode ser eterno.

      E assim, sigo decidido a aproveitar cada momento como se fosse o último. Porque sei que os dias que ainda me restam podem ser tão ou mais doces que todos os que já vivi. E é com essa certeza que escolho viver: com intensidade, com propósito e com gratidão.

– André Gide


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