A
liberdade conhece-se pelo seu fulgor.
Quatro
homens livres não são mais liberdade do que um só. Mas são mais reverbero no
mesmo fulgor.
Trocar
a liberdade em liberdades é a moda corrente do libertino.
Pode
prender-se um homem e pô-lo a pão e água. Pode tirar-se-lhe o pão e não se lhe
dar a água. Pode-se pô-lo a morrer, pendurado no ar, ou à dentada, com cães.
Mas é impossível tirar-lhe seja que parte for da liberdade que ele é.
Ser-se
livre é possuir-se a capacidade de lutar contra o que nos oprime. Quanto mais
perseguido mais perigoso. Quanto mais livre mais capaz.
Do
cadáver dum homem que morre livre pode sair acentuado mau cheiro - nunca sairá
um escravo.
Autoridade e liberdade são uma e a mesma coisa.
"Ser-se livre é possuir-se a capacidade de lutar contra o que nos oprime" O que nos oprime Sr. Mário: o relógio, o salário curto, a cidade, a arte da industria, os prazos, a cruz.
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