Aqui
não há nada, Cibele,
a
não ser uma alameda estreita
com
renques de flores à esquerda e à direita.
As
flores são daquelas de que eu não gosto, Cibele.
Pretensiosas.
Zínias,
dálias, crisântemos, margaridas e rosas.
As
flores de que eu gosto
são
das que ninguém planta nem semeia,
Daquelas
que a gente passa e diz:
«Olhe,
faz-me favor.
sabe-me
dizer como se chama esta flor?»
Não
gosto delas, não,
Mas
à falta de melhor, Cibele,
É
nelas que cevo a minha solidão.
Todas
as manhãs,
quando
aqui passo para as ver,
acaricio-as
à flor da pele
e
balbucio as palavras
que
ficaram por dizer.
Assim se vai passando o tempo, Cibele.
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