A maior solidão é a dor do ser que não ama. A
maior solidão é a dor do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que
se recusa a participar da vida humana.
A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo,
no absoluto de si mesmo, o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor,
de amizade, de socorro.
O maior solitário é o que tem medo de amar, o
que tem medo de ferir e ferir-se, o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do
mundo. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo
em torno.
Ele é a angústia do mundo que o reflete. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes de emoção, as que são o património de todos, e, encerrado no seu duro privilégio, semeia pedras do alto da sua torre fria e desolada.
O solipsismo diz-nos que "apenas a própria experiência é real". É pouco.
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