Colheita Alegre - Do outro lado do rio

 

 

Da outra banda do rio, chora o lírio, chora,

Da outra banda do rio, chora o lírio, vou-me embora.

 

Da outra banda do rio, tem meu pai um castanheiro

Dá castanhas em Agosto, outras tantas em Janeiro.

Da outra banda do rio, da outra banda de lá

Tem meu pai um castanheiro que muitas castanhas dá.

 

Da outra banda do rio, da outra banda de além

Tem meu pai um castanheiro que muitas castanhas tem

Coitadinho de quem tem amores além do rio

Quer-lhe falar e não pode faz do coração navio.

 

Coitadinho de quem tem amores na outra banda

Eles só pelo rio crescem e o meu barquinho não anda

O meu barquinho não anda, o meu barquinho não anda

Coitadinho de quem tem amores na outra banda.


      É um tema muito bonito do folclore português. O texto fala-nos do rio que é símbolo da vida e dos sonhos que estão na outra margem. Esses sonhos são simbolizados pelo castanheiro que dá castanhas em Agosto e em Janeiro. Porém, não há barco para atravessar o rio. Resta esperar. Mas, como dizia alguém, "da prometida esperança desespero" e o narrador vai-se embora. Musicalmente, o diálogo dos instrumentos é belo, limpo, perfeito.  


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