Luís Filipe Parrado - Escrever depois de um dia de trabalho árduo

 

Já não há maçãs

nem laranjas na fruteira

 

e o cesto do pão

está irremediavelmente vazio.

 

Ainda assim

escrevo,

 

ainda assim,

depois de um dia de trabalho árduo.

 

Depois de um dia de trabalho árduo

os poemas são de pele e osso

 

e parecem-se estranhamente

com listas de compras,

 

pão, laranjas,

maçãs,

 

coisas escritas à mão,

coisas de que precisamos para viver,

 

coisas em que pensamos só

quando nos fazem falta.

Sem comentários:

Arquivo do blogue