Lêdo Ivo

 

     

Como o cavalo que relincha impaciente

e bate os cascos diante da estalagem

e com o rabo fustiga as moscas que o importunam

assim a morte está sempre à nossa espera.

Após a primeira morte outras virão

e continuamos a morrer, habitando o espaço

onde se movem os pássaros e as abelhas

e o peixe imprudente que salta entre as pedras.

Tudo em nós é recomeço, origem devolvida.

Além da noite escura encontramos o dia,

reinício da vida leve como palha

que estremece perene entre as estrelas.

Sem comentários:

Arquivo do blogue