Jorge Boccanera

 

Será o silêncio a luva duma voz?

Poderia tocar-se?

Recordaríamos o silêncio dum dia qualquer

em crianças?

Acaso voa à flor do chão?

O poeta que se chama ao silêncio vai

de boamente ou o silêncio o chama?

Quem cala, consente?

 

Eis respostas que eu não posso perguntar.

Não temo o silêncio

mesmo quando se estampa na minha janela

com suas asas de pó.

Não me dá medo escutá-lo,

tenho medo é de vê-lo.

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