É nas costas que se sente a perda.

A parte da frente consegue manter as aparências.

Pelo menos, a nossa cara pode encarar-se no espelho. É a nuca que sente a solidão.

Podemos abraçar a barriga e enrolarmo-nos à sua volta. Mas as costas permanecem sozinhas.

É por isso que as sereias e os djinns são retratados com as costas ocas - jamais alguém 

lhes encosta uma barriga quente. 

Em vez disso, é ali que trabalha o cinzel de escultor da solidão.

Não se encontra a solidão. Ela vem por detrás e acerta o passo pelo nosso.

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