César Fernández Moreno

 

Levado por circunferências de aço

que rodam sobre complacentes paralelas também de aço

chupo o cilindro, forrado com papel

que contém na ponta iluminadas folhas picadas tostadas

bebo da vasilha de quartzo translúcido

este líquido composto por álcool

misturado com água de onde o gás sobe em pequenas esferas

esgrimo este outro cilindro de madeira com eixo de grafite

aplico-o na plana celulose branca sumamente delgada

elevo finalmente o meu repugnante coração sobre as ondas

da técnica

e consigo dizer, amo-te.

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