Esta manhã comecei a esquecer-me
de ti.
Acordei mais cedo que nos outros
dias
e com o mesmo sono.
A tua boca dizia-me
"bom-dia" mas não:
não o teu corpo todo como nos
outros dias.
As sombras por aqui são lentas e
hoje não
comprei o jornal: o mundo que se
ocupe da
sua própria melancolia.
ontem. há uma semana. há muitos
meses.
treze anos ensinam ao coração o novo
ofício:
a vida toda eu hei-de esquecer-me de ti.
Amor que é amor nunca morre, nem o verbo amar se conjuga no pretérito perfeito ou imperfeito.
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