Sete anos me aguardam de incertezas, O gato
gordo,
sobre o muro, é apenas uma figura transitória.
Tu vais
ficando, um livro abandonado no melhor
do enredo, aberto para sempre sobre a cama. Eu
sento-me à janela onde houve uma vez uma
figueira.
E fico. Aguardo provavelmente a tua voz no
silêncio
demorado dos quartos ao entardecer. E também
adormeço,
se não for a memória do ruído ensurdecedor dos
espelhos, rebentando pela casa em mil pequenos
cacos
incertos. Sete anos
para reler uma história demasiado conhecida ou
folhear um livro branco até ao fim. O gato já
desapareceu. Digo que escolhe, como tu, outra
cama para desafiar a lua. Eu não, eu eu fico.
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