O erro de Pessoa

      Quando Pessoa se perguntava quantas máscaras usamos, errava. Não são máscaras o rosto debaixo do rosto, mas um outro eu, feito de matérias diferentes. Mudamos esse eu com a rapidez com que trocaríamos uma máscara, somos mestres na reconfiguração, escultores da matéria viva, das ideias, das palavras. Exteriormente, sem ti, aparento ser eu mesmo, ninguém me denuncia como impostor. Mas sob a minha pele, sou todo outro. Só eu sei que, sem ti, não sou eu. Tu fazes de mim o meu maior segredo.

      in, xilre

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