se o vires, diz-lhe que o tempo dele não passou;
que me sento na cama, distraída, a dobrar demoras
e, sem querer, talvez embarace as linhas entre
nós.
mas que, mesmo perdendo o fio da meada por
causa dos outros laços que não desfaço, sei que o
amor dá sempre o novelo melhor da sua mão. se
o encontrares, diz-lhe que o tempo dele não
passou;
que só me atraso outra vez, e ele sabe que me
atraso
sempre, mas não de mais; e que os invernos que ele
não gosta de contar, mas assim mesmo conta que nos
separam, escondem a minha nuca na gola do casaco,
mas só para guardar os beijos que me deu. se o
vires,
diz-lhe que o tempo dele não passa, fica sempre.
Sem comentários:
Enviar um comentário