Sós com a nossa loucura e a flor referida,
Vemos que não há mais nada sobre que escrever.
Ou antes, é preciso escrever sobre as mesmas
coisas de sempre,
Do mesmo modo, repetindo vezes sem conta as mesmas
coisas,
Para que o amor continue e a pouco e pouco vá
mudando.
Colmeias e formigas têm de ser eternamente
reexaminadas
E a cor do dia aplicada
Centenas de vezes e variada do verão para o
inverno
Para que o seu ritmo desça ao de uma autêntica
Sarabanda e ela aí se feche sobre si mesma, viva e
em paz.
Só nessa altura a crónica desatenção
Das nossas vidas nos poderá envolver, conciliadora
E com um olho posto naquelas longas opulentas
sombras amareladas
Que falam tão fundo para o nosso mal preparado
conhecimento
De nós próprios, máquinas falantes dos nossos
dias.
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