No meu peito ainda balbucia
um
não te vás ainda
que não chega a ser
verbalizado.
a perda não é perca, é
transformação
recordo, silenciosamente.
Os últimos anos têm sido
vividos como a rosa de Jericó. Esta flor, como diz o seu nome, pode ser
encontrada na região de Jericó, na Palestina. A planta, de origem desértica,
pode parecer como todas as outras, mas diferencia-se por uma intrigante
habilidade a qual lhe rendeu lendas e histórias.
A rosa de Jericó possui a
impressionante habilidade de entrar num estado de dormência e parecer
praticamente morta quando o ambiente se torna inóspito, perdendo grande parte
da folhagem e apresentando galhos secos e retraídos. Logo em seguida, as suas
raízes também se soltam, dando à planta um formato esférico. Ela pode
permanecer nesse estado por muito tempo até que encontre novamente um ambiente
propício para a sua sobrevivência. É só então que, muito rapidamente, ela volta
a criar raízes, a desabrochar e a ganhar novamente um ar verdejante no solo.
A última fase da rosa de Jericó não chegou.
A perda foi mesmo perca, não transformação.
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