Às vezes, o amor mede-se
melhor no espaço que se oferece ao outro, na distância (aparente, física, nunca
mental) criada voluntária e empenhadamente para que a vida flua em mais do que
um sentido, para que o grande rio dos afectos goze de afluentes outros e assim
aumente o seu caudal. Às vezes o amor vive da partilha à distância, do sabor de
momentos em que não se está perto mas se habita cada pulsação. Há instantes
assim - em que a divisão (visível?) é na verdade uma imensa multiplicação do
amor.
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