Ana Roque - Da distância aparente


      Às vezes, o amor mede-se melhor no espaço que se oferece ao outro, na distância (aparente, física, nunca mental) criada voluntária e empenhadamente para que a vida flua em mais do que um sentido, para que o grande rio dos afectos goze de afluentes outros e assim aumente o seu caudal. Às vezes o amor vive da partilha à distância, do sabor de momentos em que não se está perto mas se habita cada pulsação. Há instantes assim - em que a divisão (visível?) é na verdade uma imensa multiplicação do amor.

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