«Se regressar alguma
vez, será pelo canto dos pássaros», afirma Eugenio Montejo. No canto onde ouço
os pássaros pela manhã, hoje apenas se escuta o silêncio, que vibra como uma
corda de violino abandonada pelo arco. Este céu branco, um céu transportado de uma
ilha para se ancorar por cima da terra, parece absorver tudo, tudo levar num
vórtice vertiginoso e invisível; assim se foram os cantos e a música e as vozes
distantes. Ao contrário de Montejo, não preciso regressar, porque não me movi;
mas se ficar, é pelo canto dos pássaros.
in, xilre
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