Gosto da companhia desses horários dos comboios
nas pequenas estações
Enquanto espero na plataforma húmida e contemplo a
infinitude dos carris.
O uivo distante de uma locomotiva. O quê, o quê?
(Ninguém compreende a nebulosa linguagem das máquinas
a vapor)
Comboios de passageiros. Cisternas. Vagões cheios
de minério
Passam sem cessar.
Assim passam os dias da tua vida pela estação do
teu ser,
Cheios de vozes, ruídos, sinais
E do pesado minério da memória.
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