António Barahona - Peças de relógio


É noite
espero-te
fumo
como a chaminé dum hospital 

Escrevo
palavras que nadam num aquário
Tenho peças de relógio perdidas nas veias
Sou um colar violento ao teu pescoço de planta 

Fumo
e teço um manto de algas
para te cobrir ao menor sinal de chuva

O sangue flui
com os destroços e os ossos das horas 

O cigarro pega fogo à noite

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