Natalia Litvinova



Lavo o chão de gatas. Passo o trapo molhado.
Traço o meu humilde caminho.
Lá fora dá-se o milagre da comunidade:
um coro de crianças canta, os homens ceifam o trigo,
as mulheres banham-se no rio.
Encosto-me ao espelho, a solidão excita.
Um destes dia esta casa será derrubada e as ervas
cobrirão as ruínas.
O meu homem fugiu vendo vir o perigo.
Na poesia encontro a oração para suportar
cada corte abrupto.

      Natalia Litvinova nasceu em 1986, Gomel, Bielorrússia. Com os pais fugiu do país natal e vive hoje na Argentina desde a idade dos dez anos. De rosto bonito, os seus poemas têm palavras perturbadas.

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