Deolinda - Parva que sou




Sou da geração "sem-remuneração"
E nem me incomoda esta condição
Que parva que eu sou!
Porque isto está mau e vai continuar,
Já é uma sorte eu poder estagiar.
Que parva que eu sou!

E fico a pensar: que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.

Sou da geração "casinha-dos-pais",
Se já tenho tudo, p´ra quê querer mais?
Que parva que eu sou!
Filhos, marido, estou sempre a adiar
E ainda me falta o carro pagar,
Que parva que eu sou!

Sou da geração "vou-queixar-me-p´ra-quê?"
Há alguém bem pior do que eu na tv.
Que parva que eu sou!
Sou da geração "eu-já-não-posso-mais
-que-esta-situação-­dura-há-tempo-demais!"
E parva não sou!

Música e Letra: Pedro da Silva Martins

    “Ensina-se-lhes que sejam valentes, para um dia virem a ser julgados por covardes! Ensina-se-lhes que sejam justos, para viverem num mundo em que reina a injustiça! Ensina-se-lhes que sejam leais, para que a lealdade, um dia, os leve à forca! Não seria mais humano, mais honesto, ensiná-los, de pequeninos, a viverem em paz com a hipocrisia do mundo?”

     Luís de Sttau Monteiro  in, Felizmente Há Luar!

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