são as mulheres que
fazem
chorar as cebolas
como se
descascassem a própria vida
e,
arredondando-se então, descobrissem
um
corpo, o seu
uma
vida, a sua
e, no
entanto, nada que de verdade
pudessem
seu chamar
ou
talvez sim, mas só
aquela
gota de água salpicando
um
canto do avental onde
desponta
uma flor de pano colorida que
ainda
ontem ali não ardia
À que cuidar o lume.
À que cuidar o lume.
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