Rosa Alice Branco
Fazes os deveres, ensino
os números a obedecerem-te e a amares
as letras umas ao lado das outras, solidárias
como uma pequena vírgula para que o silêncio
receba a tua voz. Voo junto às tuas asas,
lubrifico-as e fico a ver como se suavizam
os traços do teu rosto. Agora vais partir.
Irei um pouco atrás com a cor da tarde
para não ser vista. Por mais que vás
estarei de mansinho atrás das asas. Ser mãe
é ir assim. É assim que vou à fonte.
O novo corte umbilical.
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