Há poucas mortes inteiras.
Os cemitérios estão cheios de fraudes.
E as ruas de fantasmas.
Há poucas mortes inteiras.
Mas o pássaro sabe em que último ramo pousa
e a árvore sabe onde o pássaro termina.
Há poucas mortes inteiras.
A morte é cada vez mais insegura.
A morte é uma experiência da vida.
E às vezes duas vidas são precisas
para se completar uma morte.
Há poucas mortes inteiras.
Os sinos dobram sempre igual.
Mas a realidade já não dá garantias
e para morrer já nem basta viver.
Tradução de A.M.
O pássaro vai morrer junto à árvore, sozinho.
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