Louise G. - História de amor




Encontrei uma flor num muro. parecia um fóssil
No tecto da casa havia outra flor que por vezes parecia um rosto.
deformava-se com a ajuda da luz e da persistência.
Quando insistimos em olhar as imagens,
o desejo de fazer coincidir o olhar com o tempo,
não consegue o lugar de encontro,
entre demasiado e intensidade.
Apesar de todo o cuidado, os tectos e as paredes mudam.
Não se podem usar palavras com suficiente exactidão
para definir as paisagens que se servem sem julgamento.
Tudo o que existe fora deste lugar indica pela forma concêntrica
que estamos geograficamente na intersecção dos ossos.
E a carne que nos é servida é a do nosso coração.
Ocorre por vezes a eternidade, a desnecessária explicação da vida.
A morte densa e azul, feita de corpos físicos,
aproxima-se da representação de uma alma táctil,
expressão traduzida a vermelho de um corpo opaco e pesado.
Este deserto onde o ar é quase irrespirável
sobrevive através de tudo o que anuncia a morte.
O sol está no chão e o o céu gravado em estrelas fósseis.

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