Ficai, pedi
às flores cortadas.
Elas curvaram
ainda mais as cabeças.
Fica, disse à aranha,
que fugiu.
Fica, folha.
Ela enrubesceu
de vergonha por mim e por si.
Fica, disse ao meu corpo.
Ele sentou-se como o faria um cão,
obediente por instantes,
depois começou a tremer.
Fica, disse à terra de vales e prados ribeirinhos,
de escarpas fossilizadas,
de calcário e arenito.
Ela olhou para trás,
a expressão insegura, em silêncio.
Ficai, disse aos meus amores.
Cada um deles respondeu:
Sempre.
Fica. Não algumas horas, alguns dias, mas sempre.
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