Longe do mundo

Os espelhos já não me devolvem a imagem. O fogo extinguiu-se nas ruínas
e deambulo entre o despertar e o sono. Retoco a insanidade. Adio-me.

Um dia as fotografias ficarão vazias
e as dedicatórias em branco. É tudo quanto me ocupa.

Quando a idade me devolve a luz e o ar, as dedicatórias chocalham no horizonte.
Há medida que os anos passam, sinto as árvores, o ar, cada vez mais inúteis. E as palavras também.

Já tive melhores ilusões para envelhecer.

    O poema está no blogue O Cheiro dos Livros e o autor é Fallorca. Os versos questionam a necessidade humana de desenvolver ilusões.

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