Se uma rosa infinita me explodisse no peito
e, ao chegar o crepúsculo, me florescesse nos lábios,
deixarias que fosse removendo as sombras
- porque vives nas sombras - com as minhas mãos sedentas,
com cavalos de insónia galopando à minha frente,
e a colocasse lentamente nos teus ombros nocturnos?
Se um ramo de fogo me brotasse da língua,
deixarias que fosse como um vento na noite
- essa noite que tens na tua voz e na tua casa -,
a dizer-te as palavras no dorso nu?
in, Oração fria
Tradução: João Moita
A anima dos velhos versos condicionais.
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