Rogier Van Der Weyden - The Magdalene Reading



 
   
 
     A pintura é um dos três fragmentos sobreviventes de um grande painel de retábulo do século XV e releva-nos uma mulher de face pálida e pálpebras ovais típico dos retratos das mulheres nobres na pintura flamenga. Está identificada como Madalena no seu atributo usual - a jarra de alabastro - e está concentrada na leitura, num modelo de vida contemplativa, arrependida e absolvida de pecados passados.
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O manuscrito - repare-se no pano branco que o protege do contacto com o mundo - "parece mais uma Bíblia do século XIII” e é "sem dúvida um texto devocional". Está sentada numa almofada vermelha e descansa as costas num aparador de madeira. A vista que se tem através da janela é um canal distante, com um arqueiro no cimo do muro do jardim, e uma figura a caminhar do outro lado da água com reflexo.

No período medieval, a pele simbolizava a sexualidade feminina e era, muitas vezes, associada a Maria Madalena. Veste uma túnica verde, que está presa debaixo do peito por uma cinta, enquanto o brocado dourado do seu saiote tem joias a decorá-lo. Repare-se no detalhe com a jarra e linha de pregos no chão de madeira no canto inferior direito do painel.
 
O passado de Madalena como ‘mulher da vida’ está representado pela felpa do forro de pele do seu vestido e pelos poucos fios de cabelo que ficaram fora do véu. "Até os seus dedos, posicionados em forma de círculo, sugerem plenitude e perfeição. Na sua combinação entre pureza e erotismo, a Madalena de Van der Weyden transmite-nos um todo completo.

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