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Era uma vez um erro
Tão pequeno tão ridículo
Que ninguém o teria notado
Mas nem ele mesmo
Queria ver-se ouvir-se
Inventou de tudo
Só para provar
Que a rigor não existia
Inventou o espaço
No qual expor as suas provas
E o tempo que guardasse as suas provas
E o mundo para ver as suas provas
Tudo o que inventou
Não era nem tão ridículo
Nem tão pequeno
Mas era é claro errado
Poderia ter sido diferente.
Que ninguém o teria notado
Mas nem ele mesmo
Queria ver-se ouvir-se
Inventou de tudo
Só para provar
Que a rigor não existia
Inventou o espaço
No qual expor as suas provas
E o tempo que guardasse as suas provas
E o mundo para ver as suas provas
Tudo o que inventou
Não era nem tão ridículo
Nem tão pequeno
Mas era é claro errado
Poderia ter sido diferente.
Vasko Popa, in Poesia Alheia
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Nota: É tolice acreditar na perfeição. Há sempre um espaço que nem sempre é erro. É a nossa condição. Contudo, esse espaço ou esse erro não deve ser a justificação que conforta, mas que desafia.
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