Andrés Eloy Blanco - Silêncio


Quando tu ficares muda
e eu ficar cego,
vão-nos restar as mãos
e o silêncio.

Quando tu envelheceres,
e eu envelhecer,
hão-de ficar-nos os lábios
e o silêncio.

Quando tu morreres,
e eu também morrer,
têm de enterrar-nos juntos
e em silêncio;

e quando tu ressuscitares,
quando eu tornar a viver,
voltaremos a amar-nos
em silêncio;

e quando tudo acabar
para sempre no universo,
há-de ser um silêncio de amor
o silêncio.

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